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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Histeria

Eu conheço essa gastrite que se confunde com falta de fome. O vazio grita e, conformadas, bebemos mais café. Pra nela se perder. Pra senti-la melhor. No corpo. A digestão do nada. Digestão de si mesmo. Toda palavra não dita - por falta de vontade ou oportunidade - derretida no ácido interno. Cadê aquele refrigerante? Talvez ele limpe a ferrugem de dentro também. No extremo do vazio apresenta-se o excesso. A gula que acaba por causar anestesia. O vazio e a compulsão de mãos dadas. Cadê aquela cerveja? Pra deixar as definições de limite atualizadas. E nem há mais vômitos. Tudo guardado. Cheio. Vazio. E agora um desmaio, que terá seu fim na manhã seguinte. Afogado noutro copo cafeinado enquanto os órgãos tremem e a pressão abaixa.

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