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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Lua crescente

O mirar dessas pupilas é como estar de frente
à água doce e corrente
Sólido que encadeia,
líquido que escorre livre até a foz
Não é vício adoecido
de sereia que exibe voz
É dança de reflexos,
o simples brincando de ser complexo
A cor refratada dos raios solares
sob o foco das lentes oculares
É me sentir vestida de flores
receita pra ausentar as dores
sumiço do tic tac
suportar o calor da tarde
Estar dentro e fora da novela
pintando enquanto admiro a tela
Sensação de ser chama
ao passo em que se deita na úmida grama
Pra além de ansiedade fantasiosa
convida a abandonar os mistérios
e me delongar em proza
É num dia calmo e disperso
se surpreender com um peito acelerado
Depois de várias etapas do sentir
se achar fazendo um doutourado