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domingo, 3 de julho de 2016

Vem.

Vem cá
Conversar nas sutilezas das entrelinhas
Me dar palavras e despalavras
Pra eu editar de vez um documento guardado
Em ti lutado, entitulado
Poema que não sai
Vem cá
Pra sentir que não está aqui
Nem em lugar algum do mundo
Pra desaparecer completamente
Na tua própria transcendência
Vem cá
Que nem rima mais me vem
Fica no escuro comigo
Pra gente se ver melhor
Despidas de palavras
Vem cá
Que já começei a ouvir Johnny Hooker
Fumar cigarros demais
E já habito nas sutilezas do teu amor
Relutantemente incontestável
Vem cá
Sentir no corpo a leveza da musica
Descobrir-se sendo descoberta
Ser livre em sua vulnerabilidade
Brindá-la, despreocupada
Vem cá
Que eu continuarei sendo essa fúria
Atrás da tua cabeça
Que eu vou continuar prometendo heroísmos
E despertando erotismos
Vem cá
Que já somos dependentes da nossa química
Que nossas almas já dançam de nós independentes
Que já deu nós na garganta
E eu quero chorar de alegria o dia todo
Vem cá
vem
Que eu não sou tão poeta assim
Mas perto de ti talvez até seja.

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