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domingo, 13 de dezembro de 2015

Bambúrrio

Nessa cartada pela qual a razão me condena
já até ganhei um poema
não valeu a pena?
E as rimas descem mansas
correnteza de rio que não cansa
risada que não quer sumir
leva minha vontade de dormir
freada apenas pela angústia do há dias
que reduzem minhas águas a pífias
E nesse fluxo convulso
escrever virou questão de saúde
pra estabilizar o pulso
pra aliviar a asfixia da atitude
É como se eu produzisse cocaína no organismo
e deixasse de lado meu típico outonismo
E quero deixar Júpiter orbitar em mim
trazendo todo bambúrrio que ele tiver afim

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